segunda-feira, 29 de agosto de 2011

A Primavera também é das mulheres árabes


A primavera também é das mulheres árabes


O mundo árabe passou por inúmeras mudanças no último século, desencadeadas segundo padrões civilizatórios do Ocidente, que fez sua partilha e colonização e contribuiu para a implantação de ditaduras e para o controle da região e do petróleo. Esses regimes "aliados" promoveram opressão e pobreza.

Sofrendo as consequências da política repressora, a mulher árabe passou a ser vista por meio das lentes de profundos estereótipos. Como parte do pensamento orientalista, foi representada como um ser inferior, exótico e submisso. Portanto, há mitos a serem desfeitos.

O primeiro deles é o de acreditar que todas as mulheres árabes são muçulmanas reprimidas, obrigadas a usar o niqab, o chador ou a burca. Trata-se de uma visão equivocada. Nem todas as árabes professam o islamismo, e mesmo dentre estas a burca não é de uso corrente, muito menos compulsório. É, na verdade, uma vestimenta típica de lugares específicos e não remonta ao islã. Diversificado, o mundo árabe guarda características próprias conforme a região. Por isso, há mulheres no Líbano, na Síria e na Jordânia que usam o véu e muitas outras que não o fazem.

Outro mito recorrente é o de que a mulher árabe não tem voz, não luta por seus direitos e terá sempre que se recolher ao cárcere do lar. Os fatos recentes mostram que o levante árabe de 2011 espelha um movimento pelo fim da opressão, por dignidade e direitos humanos. Como tal, inclui as mulheres.
No Egito e na Tunísia, elas se engajaram na luta pela democracia, formaram comitês populares, convocaram passeatas, entraram diretamente nos confrontos. As TVs exibiram imagens marcantes de mulheres de todos os tipos clamando pelo fim das ditaduras. E o movimento continua.

No entanto, o mais absurdo de todos os clichês é o de que a mulher árabe não tem direitos sexuais ou de locomoção. Precisamos separar religião de tradições tribais antigas, anteriores ao islã.
Práticas arcaicas como a mutilação genital são combatidas por organizações femininas nesses países e foram condenadas pelo islã. As árabes lutam pelo direito de ir e vir e por postos de trabalhos dignos, como as mulheres do mundo todo.

Aliás, a cultura árabe milenar preconiza o direito sagrado de expressão das mulheres. Isso não quer dizer que a opressão não ocorra. Contudo, não podemos continuar cristalizando uma visão distorcida. As mulheres árabes desempenham papel fundamental na organização social e encontram-se no epicentro das transformações.
Assim como os homens, elas estão sedentas por liberdade e irmanadas com os movimentos internacionais na luta por direitos universais. O momento é de mudanças, e estas também pertencem às mulheres árabes.

Artigo publicado na seção Tendências e debates do jornal Folha de S. Paulo
Soraya Smaili
Márcia Camargos 

quinta-feira, 7 de julho de 2011

Tipicas vestimentas árabes

 Típicas vestimentas árabes

Os turbantes e túnicas usados hoje nos países árabes são quase idênticos às vestes das tribos de beduínos que viviam na região no século VI. É uma roupa que suporta os dias quentes e as noites frias do deserto. A partir do século VII, a expansão do islamismo difundiu esse vestuário pela Ásia e pela África, fixando algumas regras. A religião não permite que os fiéis mostrem em público as partes íntimas para os homens, a região entre o umbigo e o joelho; e, para as mulheres, o corpo inteiro, exceto o rosto e as mãos. Por esse motivo, as vestes não podem ter nenhuma transparência nem serem justas a ponto de delinear o corpo. Essas partes só podem ser vistas pelo cônjuge e alguns familiares. Dentro de casa, portanto, veste-se qualquer roupa. Existem também normas para diferenciar a aparência feminina da masculina. Os homens não devem usar objetos de ouro ou seda.
Vestidos a rigor:
Simbolismo das roupas de origem árabe varia conforme a região.
Icharb:
Na maioria dos países árabes, as mulheres utilizam roupas semelhantes às túnicas masculinas e, na cabeça, um lenço que deixa só o rosto à mostra. O nome deu origem ao francês écharpe.





 Xador:
O Alcorão determina que as mulheres se vistam de forma a não atrair a atenção dos homens. Esse mandamento é levado ao pé da letra em países como Irã e Arábia Saudita, onde se recomenda o uso do xador, uma veste que envolve o corpo todo, com exceção dos olhos.
Burqa:
As vestes femininas são conhecidas pelos árabes como hijab, ou cobrimento. As partes do corpo que a mulher deve cobrir, no entanto, variam de acordo com o país. No Afeganistão, o Taleban instituiu o uso da burqa, uma versão radical do xador que cobre até os olhos.
Cafia:
Traje muito comum no Oriente Médio, que consiste em um pano quadrado preso por uma tira chamada egal (também agal, igal ou ogal). Por baixo dela, uma touca prende o cabelo. Sua origem remonta aos beduínos, que a utilizavam como máscara protetora contra o frio e contra tempestades de areia. A cor da cafia e da tira que a prende indicam o país e a região em que a pessoa nasceu. A versão quadriculada em preto e branco, consagrada por Yasser Arafat, é típica dos palestinos.
Abaia:
É uma grande capa de lã. Os beduínos a carregavam em volta do corpo durante o dia e a vestiam à noite para se esquentar. Também a utilizavam, junto com um cajado, para improvisar uma cabana que os protegesse do sol.
Túnica:
A principal peça do vestuário árabe é esse vestido de manga comprida que cobre o corpo inteiro. Ela costuma ser clara e larga para refletir os raios solares, fazer o ar circular e refrescar o corpo durante o dia. O corte e o material variam em cada país, podendo receber nomes como caftan, djellabia, dishdasha ou gallibia.



Cirwal:
Calça larga, usada por baixo da túnica. Acredita-se que foi uma invenção dos persas, adotada pelos árabes a partir do século VII. É feita para permitir a liberdade de movimentos e foi muito utilizada entre soldados e camponeses. Deu origem à palavra ceroula.
Tarbush:
Também conhecido como fez, trata-se de um pequeno chapéu de feltro ou pano, algumas vezes utilizado em conjunto com um turbante. Tornou-se muito popular durante o Império Otomano, quando foi incorporado ao traje oficial do governo.

Ihram:
Durante as peregrinações, como as que todo muçulmano deve fazer à Meca, os fiéis ficam descalços, sem qualquer tipo de adorno e cobertos apenas por duas toalhas brancas. Essa veste, conhecida como ihram, retira do corpo todos os sinais de poder e riqueza para mostrar que todos são iguais perante Deus.

Turbante:
De origem desconhecida, já era utilizado no Oriente muito antes do surgimento do islamismo. Consiste em uma longa tira de pano que, às vezes, chega a 45 metros de comprimento enrolada sobre a cabeça. As inúmeras formas de amarrá-lo compõem uma linguagem: o turbante indica a posição social, a tribo a que a pessoa pertence e até o seu humor naquele momento.




sexta-feira, 1 de julho de 2011

O que é Arguile ?


 Arguile

O Arguile, também chamado de narguilé, narguila, nakla, hookah ou shisha, é um cachimbo d'água largamente usado no Oriente, sobretudo pelos povos árabes, composto de fornilho, um ou mais tubos e um vaso cheio de água aromatizada que o fumo atravessa antes de chegar à boca dos fumantes.
1920 - Palestina - Narguile e café
É, antes de tudo, um símbolo de boas-vindas, de "ahla-ua-shala". Simboliza a hospitalidade, serenidade e a harmonia.
O Narguile é algo a ser fumado em grupos. Os fumantes de narguile fumam em grupos para poderem conversar entre si. Narguile tem uma sentido coletivo embora o conceito seja indivídual.
O termo provém do persa - Narguil - noz de coco, porque era esse o material que, primitivamente, se usava como reservatório para a água aromatizada. Hoje são fabricados arguiles em metal, cerâmica, porcelana ou vidro.

Partes

O arguile é formado pelas seguintes peças:
Base: peça central do arguile; assemelha-se a um vaso. É enchida com água e eventualmente outros líquidos. Geralmente é feita de vidro, metal ou cerâmica; algumas são bastante ornamentadas, com decorações pintadas em dourado, prateado ou outras cores.
Corpo: peça cilíndrica que sustenta o fornilho e conecta-se à base. Na base, projeta um tubo para dentro da água, aonde conduz a fumaça.
Fornilho: peça onde coloca-se o fumo e, por cima dele, o carvão em brasa. É feita em cerâmica ou metal; pode ser alta para proteger a brasa do vento, e pode ter uma rede metálica para separar a brasa do melaço. Caso não haja essa rede, pode-se cobrir o tabaco com papel alumínio (com pequenos furos para passagem do ar), e sobre o papel colocar o carvão em brasa.
Tubo (ou mangueira): é por onde se aspira a fumaça. Uma ponta termina numa piteira, e a outra encaixa-se na parte superior do corpo do narguilé (acima da água). Pode haver mais de um tubo para que várias pessoas fumem juntas. Em arguiles usados em locais públicos, como bares, freqüentemente usa-se uma peça plástica removível na ponta da piteira, que pode ser lavada ou descartada a cada uso.




terça-feira, 28 de junho de 2011

Uma poesia sobre o amor árabe





'Não posso vê-la com os olhos do Ocidente, e sim com meu sangue meio-mouro em ebulição herdado na Ibéria.



Os seus olhos negros arábicos hipnotizantes, ora instigando malícia, ora agitação, ora maturidade, ora viagem, traz galáxia de estrelas que testemunham o deserto rico de vidas e acontecimentos.



Sinto-me seu Senhor, seu Emir, protegendo-a das tribos nômades inimigas que ficam à espreita tencionando raptar as jóias desatentas.



Habita minha tenda, meio palácio, meio santuário, com tapetes a lhe acariciar os pés e almofadas por toda parte para aconchegar seu corpo escravo do meu amor, do meu ardor, do meu suor e dos meus caprichos.



Ajoelhada lava e enxuga meus pés com delicadeza num gesto de submissão, exalta meus feitos noutro gesto de gratidão, para logo mais avançar com as garras ferinas como uma louca para ser beijada nos seios brutalmente delicados; mas a batalha não está finda: ponho-me com a lança quente do guerreiro árabe que há em mim, a ferir-lhe freneticamente as entranhas e marcar-lhes as ancas e exausta, aos pedaços, geme e pede novos doces maus tratos



Que suaves canções trazem hoje os ventos? 


Que danças fazem hoje as dunas? 


Que perfume invade hoje minha tenda?


 Hasteio minha bandeira, demarco meu território para que possa se sentir amparada longe dos beduínos.



Viver este mistério é sentir a brisa do Mar Vermelho penetrar as narinas ainda que se esteja no meio da península; é saber a direção de Meca e orar; é ver as riquezas que brotam do preto do petróleo, do preto dos seus olhos e finalmente do preto da meia-lua; é vagar pelos caminhos que mudam ao sabor dos ventos persistentes...



Vem dançar para mim; vem me agradar; vem acabar de vez com o que resta do meu lado Ocidente tão bárbaro e tão desassossegado; vem mostrar-me seu ventre''

Jantar Árabe - Espaço Zanna Bessa e Samia Calaf - 23/07/11

Olá meus queridos, quero convidá-los para esta noite especial no Espaço Zanna Bessa e Samia Calaf, onde será realizado um super jantar árabe, onde eu e Aíne Aymelek seremos convidados especiais...

Venha participar conosco...
Abaixo contato para maiores informações..